segunda-feira, 29 de março de 2010
SOL DA MEIA NOITE
Seus olhos eram o fascínio da humanidade. Ele me lembrava o Inverno, as rosas caídas ou até mesmo as estrelas que certamente nunca iríamos. Ele era mórbido e havia algo, algo que eu não sei expressar, que me prendia á ele. Á Cada palavra, cada noite fria de insônia, um magnetismo inegável.
Esperando pelo o Sol da meia noite onde as constelações se entrelaçam, lembro-me claramente em uma memória distante que a pálida lua cercava os jardins. O Sussurro dos ventos apontaram para o norte, e eu pude ver com o reflexo da lua, a silhueta de um homem vestindo um sobretudo negro, na direção longínqua do horizonte. Apertei minha capa contra o meu corpo, tentando em vão me proteger do frio cortante da calada da noite. Em poucas horas o alvorecer viria á tona, e as noites de tormentas e pesadelos iriam acabar. Ele foi se aproximando lentamente. Não havia perdido sua elegância, o jeito como andava, como respirava, Como era. Ele apagou o cigarro com os sapatos caros e seus dentes brancos refletiram com a luz da lua repuxando seus lábios em um sorriso malicioso.
- Está atrasada - sussurrou como sempre fazia.
Acariciou meu rosto e por um momento eu fechei os olhos, ele foi descendo lentamente sua mão até a pele de meu pescoço, e eu abri os olhos rapidamente.
- Não toque em mim - murmurei com a voz entrecortada. - Atrasada?
Ele deu um riso desdenhoso.
- O Que está fazendo aqui? Porque voltou? - perguntei rapidamente.
Ele direcionou seu olhar frio para mim, e de repente ficou sério.
- Não vai querer saber, querida - disse.
- Sim, eu quero. Quero uma explicação.
Notei que estava falando muito mais alto do que o esperado, porém, ele não deixou-se abater. Foi tirando lentamente suas vestes de frio, jogando-as na relva molhada pelo o orvalho. Fiquei desesperada ao ver que ele estava completamente nu.
- O Que está fazendo? - perguntei. Ele não respondeu e foi caminhando em direção ao lago. Ele foi entrando nas profundezas de água pálida calmamente, parecendo não se importar com o frio. De repente, ele desapareceu.
Sete minutos inteiros depois, pude ver seu cabelo negro voltando á superfície e ele sorriu de modo estranho para mim. Seu cabelo negro estava colado no pescoço de modo desalinhado e ele disse:
- Venha até mim.
- Não, está frio!
- Não há nada mais romântico do que nadar no lago á meia noite - não conseguia soar convincente. Sua voz nunca tinha um pingo de entusiasmo, era seca, livre de qualquer emoção, a não ser o sarcasmo. Sem pensar, notei que eu já estava despida andando em neve fria em direção ao lago. Senti minha pele arder, meus pulmões se estreitaram, o ar era frio, frio e carregado. O Gelo me consumia e a minha respiração saia em pequenas névoas. Ele estava me encarando de um jeito sério.
- Por Quê? - perguntei calmamente.
- Achei que fosse gostar da surpresa - e tocou em meu cabelo.
- Porque não retornou as minhas cartas? - perguntei em um desespero súbito, senti meu rosto esquentando de raiva.
- E porque eu faria isso? - perguntou.
- Isso não é justo, você não pode entrar e sair de minha vida dessa maneira, eu não sou a sua marionete, não pode brincar comigo assim, não por todos esses anos - percebi que agora eu realmente estava alterada, seu rosto parecia calmo, a expressão serena de sempre. Lágrimas furiosas escorreram por meu rosto, e ele me envolveu com seus braços fortes. Arranhou severamente minhas costas, de modo que ardesse. Sua pele era tão fria quanto a água do lago. Tão fria quanto a lua. Tão fria quanto o gelo. Tão fria quanto a morte.
O Vapor do frio subia pela noite, e me surpreendeu demasiado que eu ainda não houvesse morrido de frio, certamente, eu estava morrendo de frio.
- Diga-me o que não havia dito - sussurrou.
Ergui meu rosto e analisei seu rosto. Ele parecia despreocupado, como sempre, sibilava as palavras carregadas de ironia e de um estranho sentimento não inexpressivo;
- Eu sou sua - a voz novamente entrecortada.
Ele me olhou de modo inquisitivo.
- Eu sou sua - suspirei -, Eternamente.
Gemi com a palavra final. Olhei novamente para ele, e um sorriso estranho formou-se em seus lábios. Foi então que eu entendi. Uma descarga elétrica percorreu meu corpo, e eu arregalei os olhos.
- Oh meu Deus... - murmurei - O Que está fazendo aqui? Responda - perguntei sem rodeios, o desespero era evidente em minha voz. Desvencilhei-me de seus braços rapidamente.
Ele sorriu.
- É o seu destino, querida.
- SAIA DAQUI, AGORA!
Seu sorriso pareceu se alargar.
- Fantasmas não são diferentes de você - minha voz era fraca, até mais do que um murmuro.
- Não digo fantasmas, apenas lembranças.
Tentei me levantar, mais era inútil, ele me prendia, eu não podia fazer nada. Apenas esperar. Ele me envolveu novamente com os braços, acariciou meu rosto de modo rude e um tanto violento, depois com as mãos, fechou minhas pálpebras.
- Sonhe - murmurou. - Boa noite, querida.
Eu senti uma dor. Uma dor aguda nos braços que teve posse imediata de qualquer tributo. E Depois, senti meus pulmões ardendo, o ar não subia, não havia ar, não havia pulsação. A mão forte dele envolvia meu pescoço delicadamente. Eu estava afundando, pude sentir.
''- Eu sou sua - suspirei - Eternamente.''
E junto com a água pálida, promessas mórbidas da Lua em um sol da meia-noite com o sussurro dos ventos uivantes, e eternamente, ele sorriu. Usou os braços para inclinar-se na superfície, a água tingida com o vermelho do sangue. Colocou lentamente as suas vestes e depois o imaculado sobretudo, e ajeitando o cabelo pegou o maço de cigarro e com um pequeno movimento fumou tragou despreocupadamente enquanto andava em direção ao horizonte, á lua. A Elegância e aura de mistério sempre o entornam. Provavelmente iriam encontrar seu cadáver em qualquer lugar do bosque.
- Não brinque com o destino, querida - e balançando a cabeça em desaprovação, deixou tudo para trás .
sexta-feira, 26 de março de 2010
CHOVE CHUVA
A chuva atrapalhou meus compromissos.
Não que eu me importe de pegar chuva, de deixar os meus sapatos enxarcarem, até gosto. Curto a sensação de estar molhada, do frio, o cheirinho de chuva.
A chuva me impediu de fazer o que eu tinha para fazer, mas não porque eu tenha me incomodado com ela.
Ao contrário. Depois desses dias no deserto, de sensações térmicas dignas de saara, o sol que eu tanto gosto já estava me causando dor de cabeça.
A chuva chegou e eu a recebi com gratidão. Gastei meu dia para recepcioná-la, comtemplá-lá, senti-la. Tinha me esquecido dessa antiga paixão.
Não que eu me importe de pegar chuva, de deixar os meus sapatos enxarcarem, até gosto. Curto a sensação de estar molhada, do frio, o cheirinho de chuva.
A chuva me impediu de fazer o que eu tinha para fazer, mas não porque eu tenha me incomodado com ela.
Ao contrário. Depois desses dias no deserto, de sensações térmicas dignas de saara, o sol que eu tanto gosto já estava me causando dor de cabeça.
A chuva chegou e eu a recebi com gratidão. Gastei meu dia para recepcioná-la, comtemplá-lá, senti-la. Tinha me esquecido dessa antiga paixão.
Suas gotinhas pincelaram minha janela, cobriram a minha vista de uma nevoa branca e meu cristo, minha praia, o meu pão de açucar, ficaram escondidos.
Mas não me incomodo. Dessa vez, sem ciúmes, sem reclamações.
chuvinha abençoada, pode espalhar-se pela minha vista, pela minha rua, pela minha vida.
Molha tudo que há lá fora, também me enxarca por dentro.
Que eu tenho me sentido muito seca, muito desgastada, muito exposta à toda essa claridade. E às vezes eu preciso de um ventinho, de um carinho de cobertor que só o frio me traz.
A chuva trouxe um pouco de vida à tudo que tanto calor, já estava murchando. A água do céu me trouxe mais alegria, mais disposição.
Pode vir, sereninho manso, pode ganhar força e ocupar a minha agenda.
Que de qualquer progarama, eu me desfaço só pra ver espetáculo, para ganhar a sua vida e me sentir de novo mais fresca.
Mas não me incomodo. Dessa vez, sem ciúmes, sem reclamações.
chuvinha abençoada, pode espalhar-se pela minha vista, pela minha rua, pela minha vida.
Molha tudo que há lá fora, também me enxarca por dentro.
Que eu tenho me sentido muito seca, muito desgastada, muito exposta à toda essa claridade. E às vezes eu preciso de um ventinho, de um carinho de cobertor que só o frio me traz.
A chuva trouxe um pouco de vida à tudo que tanto calor, já estava murchando. A água do céu me trouxe mais alegria, mais disposição.
Pode vir, sereninho manso, pode ganhar força e ocupar a minha agenda.
Que de qualquer progarama, eu me desfaço só pra ver espetáculo, para ganhar a sua vida e me sentir de novo mais fresca.
quinta-feira, 25 de março de 2010
DIA NUBLADO
O dia amanhecerá cinzento e sem chuva. Uma leve e fria brisa carregará as folhas no chão e trará você para mim. Os segundos no relógio caminharão lentamente até você chegar. O meu olhar estará mais iluminado. Meu sorriso? Estonteante. Minha cabeça perderá a consciência de minha própria existência. Meu corpo entrará em um torpor delirante e meu coração pulsará mais forte. Você é minha droga (não nociva) particular e agora sou totalmente dependente. Você modificou minhas funções, minhas sensações e meu comportamento. Me fez sentir coisas que eu nem sabia que existiam! Coisas que sou capaz de sentir somente com você! Quando eu encontrar você, meu dia estará completo e nada mais faltará para eu ficar feliz. Minhas sensações entrarão em ebulição e ficarei a ponto de explodir! Mas amor, seu corpo ficará tão grudado no meu que nós dois seremos a representação perfeita de uma chama. O Sol de repente iluminará todo o céu e, cada segundo que estarei com você, será eterno! Mesmo com todos os obstáculos, mesmo com todas as dificuldades, seremos um só corpo, uma só alma e nada será forte o suficiente para destruir nosso amor. Quando chegar a hora da partida, bem, a agonia preencherá meu peito novamente e meu dia se tornará cinzento outra vez. Mas não cinzento o bastante para tirar você de mim.
O dia amanhecerá cinzento e sem chuva. Uma leve e fria brisa carregará as folhas no chão e trará você para mim. Os segundos no relógio caminharão lentamente até você chegar. O meu olhar estará mais iluminado. Meu sorriso? Estonteante. Minha cabeça perderá a consciência de minha própria existência. Meu corpo entrará em um torpor delirante e meu coração pulsará mais forte. Você é minha droga (não nociva) particular e agora sou totalmente dependente. Você modificou minhas funções, minhas sensações e meu comportamento. Me fez sentir coisas que eu nem sabia que existiam! Coisas que sou capaz de sentir somente com você! Quando eu encontrar você, meu dia estará completo e nada mais faltará para eu ficar feliz. Minhas sensações entrarão em ebulição e ficarei a ponto de explodir! Mas amor, seu corpo ficará tão grudado no meu que nós dois seremos a representação perfeita de uma chama. O Sol de repente iluminará todo o céu e, cada segundo que estarei com você, será eterno! Mesmo com todos os obstáculos, mesmo com todas as dificuldades, seremos um só corpo, uma só alma e nada será forte o suficiente para destruir nosso amor. Quando chegar a hora da partida, bem, a agonia preencherá meu peito novamente e meu dia se tornará cinzento outra vez. Mas não cinzento o bastante para tirar você de mim.
quarta-feira, 24 de março de 2010
NUVENS..
Às vezes à tarde eu me sento em uma cadeira na pequena varanda que fica ao lado da sala de estar e fico olhando as nuvens, naquele finalzinho de pôr-do-sol e iniciozinho de noite, escuridão.
É engraçado aquele céu azul e as nuvens negras, é um contraste maravilhoso!
As nuvens são vistas por meu olhos como vultos, que vão passando, e a cada passagem deixam alguma história, alguma coisa para lembrar do final.
Antes eu sentia medo de ficar ali no ecuro, no frio, mas agora aquilo me traz uma paz incrível. Quer dizer, eu me lembro de várias coisas, e muitas trazem uma saudade que dói horrores, mas vendo o céu eu aprendo a lhe dar com isso, acho.
Ver as nuvens é algo que nem os melhores poetas podem explicar, nem os mais belos filmes podem mostrar.
Por favor, arranje um segundo do seu dia, vá ver as nuvens.
Às vezes à tarde eu me sento em uma cadeira na pequena varanda que fica ao lado da sala de estar e fico olhando as nuvens, naquele finalzinho de pôr-do-sol e iniciozinho de noite, escuridão.
É engraçado aquele céu azul e as nuvens negras, é um contraste maravilhoso!
As nuvens são vistas por meu olhos como vultos, que vão passando, e a cada passagem deixam alguma história, alguma coisa para lembrar do final.
Antes eu sentia medo de ficar ali no ecuro, no frio, mas agora aquilo me traz uma paz incrível. Quer dizer, eu me lembro de várias coisas, e muitas trazem uma saudade que dói horrores, mas vendo o céu eu aprendo a lhe dar com isso, acho.
Ver as nuvens é algo que nem os melhores poetas podem explicar, nem os mais belos filmes podem mostrar.
Por favor, arranje um segundo do seu dia, vá ver as nuvens.
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