quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Garota Suicida
Meu nome é Guilherme. Quando completei 19 anos resolvi me mudar para um apartamento no centro da cidade. Eu tinha terminado meus estudos um ano antes e, por enquanto, não queria cursar qualquer faculdade.
O apartamento não era lá grande coisa, mas era ótimo pra mim.
No dia em que eu estava mudando pra lá, conheci uma garota linda. Seu cabelo era liso e escuro, os olhos eram castanhos e o sorriso dela modificava o rosto de qualquer um que estivesse por perto.
- Deve ser novo por aqui não é? – disse quando me viu na sua frente com as malas.
- Sim, acabei de chegar. – coloquei as malas no chão e estendi minha mão direta à ela. – Guilherme, prazer.
Ela apertou minha mão e sorriu.
- Marina. O prazer é todo meu Guilherme. – então ela soltou minha mão e me encarou. – Eu moro aqui na frente, então acho que vamos nos ver bastante. Se precisar de alguma coisa é só pedir. Estou indo trabalhar, até mais.
Ela estava indo até o elevador e eu não resisti.
- Acho que preciso de um emprego. Se souber de algo, me avise, por favor. – eu estava sorrindo. Ela virou-se pra mim e acenou com a cabeça. Entendi como um sim.
Passei a manhã toda tentando arrumar as coisas naquele apartamento. Por mais que ele fosse pequeno, eu não estava conseguindo organizar quase nada ali. Alguém tocou a campainha. Era minha namorada, Nicole.
Preparei algo para comermos e passamos o resto do dia juntos. Era interessante como ela gostava de falar do sapato que queria comprar, dos vestidos, brincos e colares exageradamente caros. Ela não perguntou como eu estava me sentindo ou se eu estava gostando daquele lugar, Nicole era fútil e, isso, estava começando a me incomodar de um modo que nunca imaginei.
Quando ela foi embora a acompanhei até o elevador e Marina estava ali. Ela passou por mim e disse um oi. Nicole me deu um beijo e partiu.
Voltei para o apartamento e fiquei deitado no sofá, pensando na vida. A campainha tocou novamente e deduzi que Nicole tinha esquecido algo. Enganei-me. Marina sorriu e disse que precisava falar comigo.
Permiti que ela entrasse e então ela começou a falar.
- Guilherme, eu trabalho num restaurante que fica aqui no centro mesmo; estão precisando de alguém que saiba pilotar moto e faça as entregas. Eu falei de você e só preciso saber se você aceita. E aí?
Eu adorava pilotar motos; seria o emprego perfeito, por enquanto.
- Eu aceito sim. Quando começo?
- Acho que amanhã mesmo. Pode ir lá pelas nove da manhã, assim que eu for. Podemos ir juntos se quiser.
- Eu quero sim! Obrigado.
Depois disso ela saiu e só nos vimos no dia seguinte.
Estávamos trabalhando juntos e nos tornamos grandes amigos. Quase todo dia, íamos até o terraço do prédio e ficávamos ali, conversando, olhando as estrelas e fazendo planos pro futuro. Ela me ouvia falar do decadente relacionamento entre Guilherme e Nicole, me dava conselhos e eu entendi o significado de um ombro amigo. Para qualquer coisa que eu precisasse, ela estava ali. Suas palavras me faziam um bem enorme e ouvir a voz dela era algo realmente magnífico.
Quando já estava tarde demais, ela cantava uma canção pra mim enquanto eu estava deitado em seu colo: “I will never let you fall, I'll stand up with you forever, I'll be there for you through it all, even if saving you sends me to heaven!”. (The Red Jumpsuit Apparatus – Your Guardian Angel)
- Há quanto tempo você e Nicole estão juntos? – perguntou uma noite dessas.
- Já faz uns três anos, se não me falha a memória.
- Você a ama?
- Eu gosto muito dela mas somos completamente diferentes. Marina, por que você não ta namorando ainda?
- Ah Guilherme, eu sou meio louca e não quero obrigar ninguém a ficar sofrendo comigo. Tenho minhas crises e prefiro ficar só com elas. Não quero um namorado; pelo menos não agora. Entende isso?
- Acho que sim.
- Sou complicada de entender, mas acho que com o passar do tempo alguém vai me decifrar. Já pensou em suicídio? – não entendi o por quê dessa pergunta.
- Umas vezes, mas não teria coragem para fazê-lo. Somos vencedores e se você faz algo do tipo se torna um perdedor. A vida está aí e você tem que ir até o fim, mas sem antecipá-lo. É o que eu penso.
- Eu considero como vencedor aquele que sabe a hora certa de desistir.
- Hum... Você não acha que o suicídio é algo egoísta demais? Quer dizer, a pessoa se mata por causa do seu sofrimento e deixa outras pessoas sofrendo aqui. Não acho isso legal, mas não julgo ninguém.
- Talvez seja. Vamos mudar de assunto?
- Ta.
Marina dizia ser louca e eu estava começando a acreditar nisso.
Quando chegavam os finais de semana, Nicole e eu saíamos para qualquer lugar que ela quisesse. Como sempre, ela só conseguia falar de si própria e das coisas que estava usando e que gostaria de usar.
Fomos até uma sorveteria e vi Marina com um homem (ele sempre ia ao restaurante falar com ela). Nicole e eu nos sentamos em uma mesa e ficamos ali chupando sorvete. O homem beijou Marina e meu estômago revirou ao ver aquilo. Eu queria sair o mais rápido dali, senti ciúmes. Coisa de amigo.
- Aquela é sua vizinha não é? – parabéns Nicole, você acertou!
- Sim. Vamos embora? Eu não estou muito bem.
Fui pra casa e não parava de pensar naquela cena. Ela disse que não queria um namorado, mas por que aquilo? Por que eu estava pensando nisso? Eu não sabia o que estava acontecendo.
No dia seguinte não conseguia olhar diretamente pra ela. Eu estava bravo e arrogante. À noite Marina tinha dito que faria uma festa no apartamento para comemorar seu aniversário. Pediu para que eu fosse e que levasse Nicole, se eu quisesse.
A festa estava ótima até eu ver o homem que beijou Marina. Tentei não pensar em nada.
- GUILHERME! Olha só o que sua amiguinha fez! – o vestido de Nicole estava encharcado de suco.
Peguei Marina pelo braço e a levei até o canto da sala.
- Qual o seu problema? – perguntei enfurecido.
- Como assim Guilherme? Foi um acidente. Não queria derrubar nela. – ela não conseguia me olhar.
Soltei gargalhadas e seus olhos estavam lacrimejando.
- Ah claro que não! Desculpa senhorita “eu nem me importo com a sua namorada”! – estava apertando cada vez mais forte seu braço.
- Você ta louco! Solta meu braço, ta machucando!
Cheguei meu rosto mais perto do dela e olhei diretamente em seus olhos.
- Você é a louca aqui, não esquece disso! – soltei o seu braço e fiquei sem compreender o que tinha feito.
Chamei Nicole para que fossemos embora e, depois de sair com ela, voltei ao meu apartamento. Percebi que a festa de Marina já tinha terminado.
Ao abrir a porta, notei que no chão havia um bilhete. Peguei-o e reconheci a letra de Marina:
“Guilherme;
Quando você estiver lendo esse bilhete talvez já seja muito tarde pra mim. Eu não sei o que fiz para você me tratar daquele modo e me magoou profundamente. Acho que é hora de eu dizer o que realmente penso. Sabe, é estranho e confuso. Você se tornou um grande amigo; eu tenho alguém para contar meus problemas e isso é ótimo. Como você e eu sabemos, ‘eu sou louca!’. Meus sentimentos por você se confundiram e eu quero você comigo, não como amigo. Entenda que já pensei muitas vezes em tirar a Nicole de você e te roubar pra mim; mas isso não será mais preciso. Estou no nosso lugar de sempre esperando tomar coragem para fazer o que mais desejo. Espero que não fique bravo comigo, você foi um anjo na minha vida! Pena que eu não sou nada e nem ao menos tento ser. Não se importe comigo, pois não vai fazer diferença.
Eu te amo,
Marina.”
Larguei o bilhete no chão e corri o máximo que pude para chegar ao terraço. Só de pensar em não a ver mais, meu coração estremeceu. As lágrimas já estavam escorrendo no meu rosto; eu não conseguia respirar. Quando cheguei ao terraço ela estava lá, de costas pra mim, em pé e olhando pra baixo.
- Marina! – eu estava soluçando.
- Vá embora Guilherme. Nada que você faça vai desfazer isso.
- Olha, eu sei que fui errado com você. Desculpa! Eu estava com ciúmes e percebo agora que eu te amo. Sai daí e fica aqui comigo.
- Você ama a Nicole. – sua voz era sombria.
- Não! Eu nunca disse isso. – eu estava me aproximando dela, fazendo o mínimo de barulho que podia. – Você é tudo pra mim, está comigo nas horas boas e ruins; você é capaz de me fazer bem apenas com um sorriso. Eu sei que a pessoa que eu amo é você! Não minto que lutei contra isso, mas agora percebo que foi em vão.
Ela sabia que eu estava me aproximando e pensei que ela se jogaria dali.
- Minha vida gira em torno de você Marina, então se minha vida vai se jogar de um prédio, eu também irei. Você quer isso?
- Você cometeria suicídio por causa de uma ‘louca’ Guilherme?
- Eu cometeria suicídio por você.
Marina virou-se pra mim e sorriu. Ela não estava chorando, sua face não transmitia emoção alguma e, com um passo pra trás, ela se jogou.
Eu não queria saber de nada, só queria estar com ela. E ao vê-la caindo, não parei pra pensar, apenas me joguei pra tentar salva-la.
E enquanto eu estava caindo, certa música veio à minha cabeça: “Nunca deixarei você cair, eu enfrentarei tudo com você pra sempre; eu estarei ao seu lado apesar de tudo isso, mesmo que salvar você me mande pro céu.”
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
O Adeus
“E essa fora a última vez entre tantas que eu não disse adeus, não disse nada...”.
Éramos tão mais novos, inocentes, puros, sonhadores... Vivíamos lamentando dores que não sentíamos ou, ainda não tínhamos sentido. Os dias eram mais curtos e menos mórbidos. Os sorrisos não eram motivos de desconfiança por ambas das partes. O choro não era a mágoa guardada em nossos peitos. As palavras não feriam tanto. Mas... Por que mudamos, por que crescemos, por que sentimos algo que não podemos explicar?
Eu era um bom rapaz, com sentimentos puros e que assistia à sua história de perto, mas de fora. Eu vivia vidrado no seu canal, chorava a cada cena em que você sofria, mas sempre estava lá com meus ombros e braços ao seu dispor. Aquilo era tortuoso, mas ainda sim eu era feliz.
Você era uma garota solitária, ainda não sabia o que era ser feliz. Presa num amor platônico não olhou para os lados, e não olhou em meus olhos quando chorou, quando me abraçou. Se tivesse olhado, não terias dúvida de tudo que sentia. E, quando eu lhe alcancei perto do fim do poço já era tarde, alguém melhor e mais forte do que eu, com cordas mais resistentes à primeira vista, já estava lá. Estranhamente, você após segurar aquela corda com muita força quis solta-la, quis vir para mim. Mas, por quê? Quais os motivos reais dessa loucura?
Eu, encantado com essa luta, joguei toda a corda que poderia dar sem medir as conseqüências. De repente, você solta a corda de uma maneira bruta, arrogante e misteriosa e me deixa ali; Desolado. Eu procurava respostas para tanto, por que ela faria isso, será que não sou forte o suficiente? Mas uma hora eu pude enxergar: Você é quem era e é fraca. Não agüentaria alguém tão bom lhe ajudando, que se a corda quebrasse a pressão iria ser enorme sobre ti.
Quando tu quiseste voltar para mim, já era tarde, nada mais poderia ser dito. Você fez as suas escolhas, optou por algo não sólido, algo que você não poderia confiar como confiou, e deixando para traz o que lhe dei.
Ali naquele instante não sabia o que fazer ou dizer; Como dizer adeus a alguém que nunca imaginou viver sem? Na verdade, eu não disse adeus, eu não disse nada. Apenas fui embora.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Fugir.
Pra qualquer lugar, pra qualquer tempo. Esquecer. De dias, de pessoas, de momentos. Sumir. Por alguns dias, pra tentar fazer aquela pessoa notar sua falta. Tentar fugir, esquecer e sumir ao mesmo tempo. Tentar ser forte, tentar ser feliz, tentar sorrir. Tentar chorar, mesmo com os olhos secos. Escolher uma vida, uma rotina, um destino. Viver a vida, sem se preocupar com os problemas. Perceber que nem sempre as coisas acontecem da nossa maneira, como o esperado. Perceber que às vezes não dá pra fugir, esquecer e nem sumir.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
"Última carta:Querida Holly, Eu não tenho muito tempo, não digo literalmente é que você foi comprar sorvete e vai voltar logo! Mas tenho a impressão de que é a última carta porque só resta uma coisa pra dizer, não é para se lembrar sempre de mim ou comprar um abajur, você pode se cuidar sem a minha ajuda, é para dizer como você mexeu comigo, como você me ajudou me amando, você fez de mim um homen, Holly, e por isso eu sou eternamente grato, literalmente. Se pode me prometer alguma coisa, prometa que sempre que se sentir triste ou insegura ou perder completamente a fé vai tentar olhar para si mesma com meus olhos. Obrigado pela honra de ter você como esposa, eu não tenho o que lamentar, tive muita sorte. Você foi a minha vida Holly, mas eu sou apenas um capítulo da sua, haverá mais eu prometo portanto aqui vai o meu grande conselho: não tenha medo de se apaixonar de novo, fique atenta àquele sinal de que não haverá mais nada igual.P.S. Eu sempre vou te amar."
sábado, 3 de julho de 2010
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Me dê mais amor do que eu já tive, faça tudo ficar melhor quando eu estiver me sentindo triste, diga-me que sou especial até mesmo quando eu sei que não sou.Faça-me sentir bem quando estou machucado demais, raramente ficando chateadao eu estou tão contente que te encontrei, eu amo estar perto de você.. você torna isso fácil...
Me dê mais amor desde o início, recomponha-me quando eu estiver desmoronando, conte-me coisas que você jamais contou aos seus amigos mais próximos. Faça-me sentir bem quando estou machucado demais, o melhor que já tive, eu estou tão contente que te encontrei, eu amo estar perto de você...
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Pega na minha mão
Pega na minha mão e leva-me daqui. Leva-me para junto de ti. Para um local onde possamos estar apenas os dois abraçados num silêncio, onde só seja possivel ouvir a nossa respiração.
Pega na minha mão, coloca-a junto ao teu peito para que eu possa sentir os batimentos do teu coração. Esse teu coração que bate só por me amar.
E ficarmos assim até um novo dia amanhecer…
Pega na minha mão e leva-me daqui. Leva-me para junto de ti. Para um local onde possamos estar apenas os dois abraçados num silêncio, onde só seja possivel ouvir a nossa respiração.
Pega na minha mão, coloca-a junto ao teu peito para que eu possa sentir os batimentos do teu coração. Esse teu coração que bate só por me amar.
E ficarmos assim até um novo dia amanhecer…
quarta-feira, 14 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
segunda-feira, 29 de março de 2010
SOL DA MEIA NOITE
Seus olhos eram o fascínio da humanidade. Ele me lembrava o Inverno, as rosas caídas ou até mesmo as estrelas que certamente nunca iríamos. Ele era mórbido e havia algo, algo que eu não sei expressar, que me prendia á ele. Á Cada palavra, cada noite fria de insônia, um magnetismo inegável.
Esperando pelo o Sol da meia noite onde as constelações se entrelaçam, lembro-me claramente em uma memória distante que a pálida lua cercava os jardins. O Sussurro dos ventos apontaram para o norte, e eu pude ver com o reflexo da lua, a silhueta de um homem vestindo um sobretudo negro, na direção longínqua do horizonte. Apertei minha capa contra o meu corpo, tentando em vão me proteger do frio cortante da calada da noite. Em poucas horas o alvorecer viria á tona, e as noites de tormentas e pesadelos iriam acabar. Ele foi se aproximando lentamente. Não havia perdido sua elegância, o jeito como andava, como respirava, Como era. Ele apagou o cigarro com os sapatos caros e seus dentes brancos refletiram com a luz da lua repuxando seus lábios em um sorriso malicioso.
- Está atrasada - sussurrou como sempre fazia.
Acariciou meu rosto e por um momento eu fechei os olhos, ele foi descendo lentamente sua mão até a pele de meu pescoço, e eu abri os olhos rapidamente.
- Não toque em mim - murmurei com a voz entrecortada. - Atrasada?
Ele deu um riso desdenhoso.
- O Que está fazendo aqui? Porque voltou? - perguntei rapidamente.
Ele direcionou seu olhar frio para mim, e de repente ficou sério.
- Não vai querer saber, querida - disse.
- Sim, eu quero. Quero uma explicação.
Notei que estava falando muito mais alto do que o esperado, porém, ele não deixou-se abater. Foi tirando lentamente suas vestes de frio, jogando-as na relva molhada pelo o orvalho. Fiquei desesperada ao ver que ele estava completamente nu.
- O Que está fazendo? - perguntei. Ele não respondeu e foi caminhando em direção ao lago. Ele foi entrando nas profundezas de água pálida calmamente, parecendo não se importar com o frio. De repente, ele desapareceu.
Sete minutos inteiros depois, pude ver seu cabelo negro voltando á superfície e ele sorriu de modo estranho para mim. Seu cabelo negro estava colado no pescoço de modo desalinhado e ele disse:
- Venha até mim.
- Não, está frio!
- Não há nada mais romântico do que nadar no lago á meia noite - não conseguia soar convincente. Sua voz nunca tinha um pingo de entusiasmo, era seca, livre de qualquer emoção, a não ser o sarcasmo. Sem pensar, notei que eu já estava despida andando em neve fria em direção ao lago. Senti minha pele arder, meus pulmões se estreitaram, o ar era frio, frio e carregado. O Gelo me consumia e a minha respiração saia em pequenas névoas. Ele estava me encarando de um jeito sério.
- Por Quê? - perguntei calmamente.
- Achei que fosse gostar da surpresa - e tocou em meu cabelo.
- Porque não retornou as minhas cartas? - perguntei em um desespero súbito, senti meu rosto esquentando de raiva.
- E porque eu faria isso? - perguntou.
- Isso não é justo, você não pode entrar e sair de minha vida dessa maneira, eu não sou a sua marionete, não pode brincar comigo assim, não por todos esses anos - percebi que agora eu realmente estava alterada, seu rosto parecia calmo, a expressão serena de sempre. Lágrimas furiosas escorreram por meu rosto, e ele me envolveu com seus braços fortes. Arranhou severamente minhas costas, de modo que ardesse. Sua pele era tão fria quanto a água do lago. Tão fria quanto a lua. Tão fria quanto o gelo. Tão fria quanto a morte.
O Vapor do frio subia pela noite, e me surpreendeu demasiado que eu ainda não houvesse morrido de frio, certamente, eu estava morrendo de frio.
- Diga-me o que não havia dito - sussurrou.
Ergui meu rosto e analisei seu rosto. Ele parecia despreocupado, como sempre, sibilava as palavras carregadas de ironia e de um estranho sentimento não inexpressivo;
- Eu sou sua - a voz novamente entrecortada.
Ele me olhou de modo inquisitivo.
- Eu sou sua - suspirei -, Eternamente.
Gemi com a palavra final. Olhei novamente para ele, e um sorriso estranho formou-se em seus lábios. Foi então que eu entendi. Uma descarga elétrica percorreu meu corpo, e eu arregalei os olhos.
- Oh meu Deus... - murmurei - O Que está fazendo aqui? Responda - perguntei sem rodeios, o desespero era evidente em minha voz. Desvencilhei-me de seus braços rapidamente.
Ele sorriu.
- É o seu destino, querida.
- SAIA DAQUI, AGORA!
Seu sorriso pareceu se alargar.
- Fantasmas não são diferentes de você - minha voz era fraca, até mais do que um murmuro.
- Não digo fantasmas, apenas lembranças.
Tentei me levantar, mais era inútil, ele me prendia, eu não podia fazer nada. Apenas esperar. Ele me envolveu novamente com os braços, acariciou meu rosto de modo rude e um tanto violento, depois com as mãos, fechou minhas pálpebras.
- Sonhe - murmurou. - Boa noite, querida.
Eu senti uma dor. Uma dor aguda nos braços que teve posse imediata de qualquer tributo. E Depois, senti meus pulmões ardendo, o ar não subia, não havia ar, não havia pulsação. A mão forte dele envolvia meu pescoço delicadamente. Eu estava afundando, pude sentir.
''- Eu sou sua - suspirei - Eternamente.''
E junto com a água pálida, promessas mórbidas da Lua em um sol da meia-noite com o sussurro dos ventos uivantes, e eternamente, ele sorriu. Usou os braços para inclinar-se na superfície, a água tingida com o vermelho do sangue. Colocou lentamente as suas vestes e depois o imaculado sobretudo, e ajeitando o cabelo pegou o maço de cigarro e com um pequeno movimento fumou tragou despreocupadamente enquanto andava em direção ao horizonte, á lua. A Elegância e aura de mistério sempre o entornam. Provavelmente iriam encontrar seu cadáver em qualquer lugar do bosque.
- Não brinque com o destino, querida - e balançando a cabeça em desaprovação, deixou tudo para trás .
sexta-feira, 26 de março de 2010
CHOVE CHUVA
A chuva atrapalhou meus compromissos.
Não que eu me importe de pegar chuva, de deixar os meus sapatos enxarcarem, até gosto. Curto a sensação de estar molhada, do frio, o cheirinho de chuva.
A chuva me impediu de fazer o que eu tinha para fazer, mas não porque eu tenha me incomodado com ela.
Ao contrário. Depois desses dias no deserto, de sensações térmicas dignas de saara, o sol que eu tanto gosto já estava me causando dor de cabeça.
A chuva chegou e eu a recebi com gratidão. Gastei meu dia para recepcioná-la, comtemplá-lá, senti-la. Tinha me esquecido dessa antiga paixão.
Não que eu me importe de pegar chuva, de deixar os meus sapatos enxarcarem, até gosto. Curto a sensação de estar molhada, do frio, o cheirinho de chuva.
A chuva me impediu de fazer o que eu tinha para fazer, mas não porque eu tenha me incomodado com ela.
Ao contrário. Depois desses dias no deserto, de sensações térmicas dignas de saara, o sol que eu tanto gosto já estava me causando dor de cabeça.
A chuva chegou e eu a recebi com gratidão. Gastei meu dia para recepcioná-la, comtemplá-lá, senti-la. Tinha me esquecido dessa antiga paixão.
Suas gotinhas pincelaram minha janela, cobriram a minha vista de uma nevoa branca e meu cristo, minha praia, o meu pão de açucar, ficaram escondidos.
Mas não me incomodo. Dessa vez, sem ciúmes, sem reclamações.
chuvinha abençoada, pode espalhar-se pela minha vista, pela minha rua, pela minha vida.
Molha tudo que há lá fora, também me enxarca por dentro.
Que eu tenho me sentido muito seca, muito desgastada, muito exposta à toda essa claridade. E às vezes eu preciso de um ventinho, de um carinho de cobertor que só o frio me traz.
A chuva trouxe um pouco de vida à tudo que tanto calor, já estava murchando. A água do céu me trouxe mais alegria, mais disposição.
Pode vir, sereninho manso, pode ganhar força e ocupar a minha agenda.
Que de qualquer progarama, eu me desfaço só pra ver espetáculo, para ganhar a sua vida e me sentir de novo mais fresca.
Mas não me incomodo. Dessa vez, sem ciúmes, sem reclamações.
chuvinha abençoada, pode espalhar-se pela minha vista, pela minha rua, pela minha vida.
Molha tudo que há lá fora, também me enxarca por dentro.
Que eu tenho me sentido muito seca, muito desgastada, muito exposta à toda essa claridade. E às vezes eu preciso de um ventinho, de um carinho de cobertor que só o frio me traz.
A chuva trouxe um pouco de vida à tudo que tanto calor, já estava murchando. A água do céu me trouxe mais alegria, mais disposição.
Pode vir, sereninho manso, pode ganhar força e ocupar a minha agenda.
Que de qualquer progarama, eu me desfaço só pra ver espetáculo, para ganhar a sua vida e me sentir de novo mais fresca.
quinta-feira, 25 de março de 2010
DIA NUBLADO
O dia amanhecerá cinzento e sem chuva. Uma leve e fria brisa carregará as folhas no chão e trará você para mim. Os segundos no relógio caminharão lentamente até você chegar. O meu olhar estará mais iluminado. Meu sorriso? Estonteante. Minha cabeça perderá a consciência de minha própria existência. Meu corpo entrará em um torpor delirante e meu coração pulsará mais forte. Você é minha droga (não nociva) particular e agora sou totalmente dependente. Você modificou minhas funções, minhas sensações e meu comportamento. Me fez sentir coisas que eu nem sabia que existiam! Coisas que sou capaz de sentir somente com você! Quando eu encontrar você, meu dia estará completo e nada mais faltará para eu ficar feliz. Minhas sensações entrarão em ebulição e ficarei a ponto de explodir! Mas amor, seu corpo ficará tão grudado no meu que nós dois seremos a representação perfeita de uma chama. O Sol de repente iluminará todo o céu e, cada segundo que estarei com você, será eterno! Mesmo com todos os obstáculos, mesmo com todas as dificuldades, seremos um só corpo, uma só alma e nada será forte o suficiente para destruir nosso amor. Quando chegar a hora da partida, bem, a agonia preencherá meu peito novamente e meu dia se tornará cinzento outra vez. Mas não cinzento o bastante para tirar você de mim.
O dia amanhecerá cinzento e sem chuva. Uma leve e fria brisa carregará as folhas no chão e trará você para mim. Os segundos no relógio caminharão lentamente até você chegar. O meu olhar estará mais iluminado. Meu sorriso? Estonteante. Minha cabeça perderá a consciência de minha própria existência. Meu corpo entrará em um torpor delirante e meu coração pulsará mais forte. Você é minha droga (não nociva) particular e agora sou totalmente dependente. Você modificou minhas funções, minhas sensações e meu comportamento. Me fez sentir coisas que eu nem sabia que existiam! Coisas que sou capaz de sentir somente com você! Quando eu encontrar você, meu dia estará completo e nada mais faltará para eu ficar feliz. Minhas sensações entrarão em ebulição e ficarei a ponto de explodir! Mas amor, seu corpo ficará tão grudado no meu que nós dois seremos a representação perfeita de uma chama. O Sol de repente iluminará todo o céu e, cada segundo que estarei com você, será eterno! Mesmo com todos os obstáculos, mesmo com todas as dificuldades, seremos um só corpo, uma só alma e nada será forte o suficiente para destruir nosso amor. Quando chegar a hora da partida, bem, a agonia preencherá meu peito novamente e meu dia se tornará cinzento outra vez. Mas não cinzento o bastante para tirar você de mim.
quarta-feira, 24 de março de 2010
NUVENS..
Às vezes à tarde eu me sento em uma cadeira na pequena varanda que fica ao lado da sala de estar e fico olhando as nuvens, naquele finalzinho de pôr-do-sol e iniciozinho de noite, escuridão.
É engraçado aquele céu azul e as nuvens negras, é um contraste maravilhoso!
As nuvens são vistas por meu olhos como vultos, que vão passando, e a cada passagem deixam alguma história, alguma coisa para lembrar do final.
Antes eu sentia medo de ficar ali no ecuro, no frio, mas agora aquilo me traz uma paz incrível. Quer dizer, eu me lembro de várias coisas, e muitas trazem uma saudade que dói horrores, mas vendo o céu eu aprendo a lhe dar com isso, acho.
Ver as nuvens é algo que nem os melhores poetas podem explicar, nem os mais belos filmes podem mostrar.
Por favor, arranje um segundo do seu dia, vá ver as nuvens.
Às vezes à tarde eu me sento em uma cadeira na pequena varanda que fica ao lado da sala de estar e fico olhando as nuvens, naquele finalzinho de pôr-do-sol e iniciozinho de noite, escuridão.
É engraçado aquele céu azul e as nuvens negras, é um contraste maravilhoso!
As nuvens são vistas por meu olhos como vultos, que vão passando, e a cada passagem deixam alguma história, alguma coisa para lembrar do final.
Antes eu sentia medo de ficar ali no ecuro, no frio, mas agora aquilo me traz uma paz incrível. Quer dizer, eu me lembro de várias coisas, e muitas trazem uma saudade que dói horrores, mas vendo o céu eu aprendo a lhe dar com isso, acho.
Ver as nuvens é algo que nem os melhores poetas podem explicar, nem os mais belos filmes podem mostrar.
Por favor, arranje um segundo do seu dia, vá ver as nuvens.
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